1. |
Máquina Da Felicidade
03:16
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Peguei da máquina da felicidade paliativa
A luz que emancipava agora vai me entreter
Já me confundo se eu vivo minha própria vida
Ou me interesso com outras histórias de viver
E tanto faz
Já é tarde de mais
Se é bom para todos é bom pra mim
Máquina da felicidade é extensão do meu ser
Todos sabem o que acontece com você
E eu não ligo que regrem minha vida emotiva
Eu acredito que sou livre: tantas ofertas a escolher
Também estou certo que tenho as rédeas da minha vida
Mas o mercado sempre diz o que é o melhor pra mim
Mas tanto faz
Isso me satisfaz
Se não posso ver, já não posso sentir
Máquina da felicidade é extensão do meu ser
Todo mundo sabe o que irá acontecer
Máquina da felicidade é extensão do meu ser
Todos sabem o que é melhor para você
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2. |
Dever-Ser
01:04
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O que devo falar?
O que devo vestir?
O que devo fazer?
Quando eu devo sorrir?
O que devo sentir?
Acredito no sentido
Das coisas que digo
Ou só reproduzo asneiras?
Minha vida é minha, não é de mais ninguém
Quero saber: essas ideias de onde vêm?
Qual é meu devir?
No que acreditar?
O que eu vou dizer?
Se eu não quero escutar?
Apaixonado pela vida
Mas rezo pelo pós-morte
Minha mente dói
E eu não quero entender
Minha vida é minha ou vem de outrem?
Quero saber: essas ideias de onde vêm?
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3. |
Manada
01:28
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Em comunhão
Todos para o mesmo lugar
Em confusão
Como se o mundo fosse acabar
Em direção
Como quem foge ao lar
Alienação
O bom pastor irá lhes guiar
Corram!
Conformação
Não pense no que ocorrerá
Divagação
Cuidado para não tropeçar
Limitação
Não é preciso mais que o elementar
Libertação
Penhasco à frente, mas ninguém vai notar
Corram!
Penhasco à frente, mas ninguém vai notar
(Corram!)
Penhasco à frente, mas ninguém vai notar
(Corram!)
Penhasco à frente, mas ninguém vai notar
(Corram!)
Penhasco à frente, mas ninguém vai notar
Corram!
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4. |
Vala Funda
00:51
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Boca de sebo
Mente vazia
Fala, geme, grita
Maldita agonia
Tanto vomita
Verborragia
Melhor então seria
Viver em afasia
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5. |
Operação Liberdade
01:45
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Modernidade venha ao meu prazer
Traga as armas que outrora não havia de ter
Sem mais nada que possa me subjugar
O caminho é livre na busca pelo que virá
Mas eu mesmo me canso de ser um balanço
Me faço de laico, eu sou um mosaico
De peças quebradas que nunca irão se encaixar
E no intento formar um raro paladar
De aço me faço, dançando pelos andaimes
Me passo de palhaço, mas nunca ouvira rir
Quem me dera não ser tão inconstante,
Imerso num irrefletido devir
Então me traga um paliativo-para-estancar-essa-dor
De ser um ator, seja como for,
Que mantivesse meu sonhar,
Que mantivesse a catatonia de viver sem desgosto,
Ou que fizesse ejacular
Minha alma pra fora deste mundo
Onde o amanhã nunca virá
Mesmo que seja infecundo
Melhor lugar ainda será
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6. |
Espantalho
01:56
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Amarro-me ao mastro
Tiro a cera dos ouvidos
Ouço o canto das sereias
Sob a luz do luar
Pra descobrir o fogo
E aquecer as minhas ideias
Mas monto a fogueira
Que irão me atear
Crio meus corvos
Acabo sem meus olhos
Crio meus corvos
Acabo sem meus olhos
Cedo-me aos grilhões
De boa vontade
Afinal já me é tarde
Todo o Esclarecimento
Subo no cadafalso
Abraço o meu carrasco
Em meu pescoço faço um laço
Aliviarei todo o tormento
Crio meus corvos
Acabo sem meus olhos
Crio meus corvos
Acabo sem meus olhos
Faço tudo o que meu mestre mandar
Faço tudo o que meu mestre mandar
Faço tudo o que meu mestre mandar
Faço tudo o que meu mestre mandar
Crio meus corvos
Acabo sem meus olhos
Crio meus corvos
Acabo sem meus olhos
Crio sanguessugas
Deixo-as me sugar
Crio meus corvos
Acabo sem meus olhos
Não!
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7. |
Trágica Comédia
02:50
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O palco já está formado
E o tolo adora brincar de rei
Pra uma horda de abobados
Conspirando em nome da lei
"Cerre a cortina e apague as luzes
Não é preciso mais encenação
Pra essa peça já tem quem aplaude
Com meu caos e desinformação"
Construindo sua verdade com toda a convicção
Em nome da liberdade e com respeito à tradição
Não exige muito de você, aceite e evite pensar
Ignore o que acontecer e não ouse contrariar
"E conhecereis a verdade,
E a verdade vos libertará"
Tenha fé antes que seja tarde
Acredite em tudo que escutar
"Chega! Basta! Não fale mais nada!
A autoridade, sou quem manda aqui
Queime os livros, vigie a manada
Deixe apenas o mercado fluir"
Sem respeito ou dignidade vai fazer o que quiser
Por cima da cidade, da Sophia, e agora José?
E agora já é tarde pra chorar o leite azedo
Deram luz à insanidade, com seu ódio e seu medo
La la la la la la la
La la la la la la
La la la la la la la
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8. |
Excêntrico
01:47
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Gostamos do excêntrico e de mentiras bem contadas
Do entusiasmo além da estrada ao ver o circo queimar
Alivia o desespero de nosso frágil existir
Não tem como resistir. Esse é nosso lugar
Tentar escapar é a mais falsa quimera
Crie um inimigo em comum, dissemine o ódio e a intolerância
A raiva queima mais rápido do que o amor
Assim nos mantemos unidos em todas nossas convicções
Extravagâncias, repugnância
Tranque bem os seus portões
Pra além dessa fronteira só há monstros à espera
Máquina da felicidade virou caixa de Pandora
E a esperança de outrora mudou-se para fora. Virou-se e foi embora.
Tão logo a incerteza chegou
Do ópio fez o seu clamor
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9. |
Nada É Feito Para Nós
01:56
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Vida é competir
Vida é produzir
Somos meios de um fim
Não há revolta
Não há mais volta
Aprendemos a sorrir
Tudo torna um ensejo
Nossa vida descartável
Alienado de si mesmo
Nada é feito para nós
Vida é competir
Vida é produzir
Somos meios de um fim
Não há revolta
Não há mais volta
Aprendemos a sorrir
Tudo torna um ensejo
Nossa vida descartável
Alienado de si mesmo
Nada é feito para nós
Vida é competir
Vida é produzir
Vida é destruir
(Nada é feito para nós)
Vida é consumir
Vida é curtir
Vida é consentir
(Nada é feito para nós)
Vida é repetir
Não tem como fugir
A vida é assim
(Nada é feito para nós)
Não há revolta
Não há mais volta
Nada é feito para nós
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10. |
Sua Imagem
01:47
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Penso em você
E cogito em que
Eu posso fazer
Para nos tirar
Dessa situação mordaz
Como o tempo pode assim retroceder
Se o futuro está muito em nossas mãos?
Penso em você
E espero poder
Esboçar um sorrir
Seja de alegria
Ou de inquietação
Veja as ondas subindo com a maré
Leva embora tudo que alguém criou
Penso em você
Só não depende de mim
O que se pode fazer
Para nos tirar
Dessa situação mordaz...
Penso em você
E eu já nem sei porquê
Penso em você e só queria esquecer
Penso em você em cada dia mais e mais...
Sai já daqui!
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11. |
Rio Preto
02:02
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O rio tá preto, tá cheio de pedra
Ainda há muito que resta em perda
Da salubridade, da mentalidade
Salvação esperada para essa cidade
Somos tão singelos, mas pensamos grande
Rumo ao passado, certo e operante
Livres pra pensar dentro da gaiola
De ferro, o ego, enquanto lá fora
Mais um dia: sobreviver. Trabalho árduo, sem porquê
Não há tempo de esperar. Aqui não é nosso lugar
Átomos e verticais, indivíduos ideais
Cinzas caem e formam o rio de uma cidade que sucumbiu
O rio tá preto, tá cheio de cinzas
D'almas queimadas, corações em ruínas
Vínculos frágeis, relações destiladas
Narcisismo hedonista, uma nova cilada
Mentes cansadas, corpos alinhados
Fechando a meta ao pensar no salário
No fim de semana, no fim de um mês
O ciclo repete, torna-se freguês
Mais um dia: entreter. Esperamos à mercê
De uma causa salutar, sem saber onde a encontrar
Átomo e deslocal, indivíduo racional
Cinzas sobem e formam o céu na cidade de Babel
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12. |
Epílogo
01:30
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Nossa subida é árdua
E possui uma estrada
Que não leva a lugar nenhum
Pois no fim não há erros,
Não há céu não há infernos,
Não há mundo algum
Cansado de sermões,
Cansado de canções,
Ninguém sabe de nada
Nossa liberdade é falsa,
Nem tudo é uma valsa,
Em que acreditar?
Nessa vida sem sentido,
Maldita seja a libido
Dê-me razão a minha vazão
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Reles Córtex SP, Brazil
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