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Causas Vazias

by Reles Córtex

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1.
Outro dia, outra história para contar De que nada desfruta ao muito escutar Se o que era odiado tende ao rotinário Ser livre é tema para se pensar Crescer se remonta a melhorar Evoluir, progredir e aperfeiçoar Escrever nossos ritos num reles diário Repetir, declamar até enraizar Cerco de ferro feito há muito Quem saberá dizer se há um intuito Se estamos sozinhos num raro aquário Nadar ou boiar é luto fortuito Lugar ocioso no mar não tem vez Deram enredo ao medo e a insensatez Definido está o findo e o necessário A medida da vida boa, e talvez... "Doe sua boa vontade, o seu coração" Mas trabalho altruísta não traz ganha-pão Esqueça o ditado de ser um bom vigário: Infla nosso ego e a autossatisfação E em nossos epitáfios hão de estar Uma frase de base para lamentar A poeira esgueira numa lápide pária De uma vida contida, e uma morte...
2.
Eu era um jovem pacato e qualquer Vivia pela multidão Os tempos mudaram e eu mudei Mas não na mesma direção Se hoje estou aqui solitário É porque não quis permitir Que eu me tornasse mais um solidário Das coisas que tento fugir Para mim o mundo não passa de uma eterna ilusão Vivemos presos em jaulas buscando algo pra fazer Para esquecer que nossas vidas talvez nem tenha um porquê Eu era um jovem idiota e qualquer Queria ter tido um amor Que soubesse conversar e assim Vivermos em grande esplendor Mas sei que o amor não deve existir É tudo pura ficção Por sermos escravos da modernidade Vivendo mais laços em vão Para mim a vida não passa de um acaso e então Vivemos presos aos medos, medo de pensar E para esquecer que somos tão falhos, buscamos alguém pra culpar E sempre será esse tão árduo viver Para aqueles que conseguiram entrever E sempre existirá uma luz na escuridão Pra seguirmos felizes com amarras em nossas mãos
3.
Sem uma estrada, cabeça atormentada, Pensando assim vou enlouquecer Vida estagnada, nada vale mais nada Nada muda do que eu escolher Pra que tentar conversar se ninguém quer escutar? Se ninguém consegue entender Por se abster de tudo que não é Seu ego ensurdecedor E não importa mais O que passou lá atrás Agora tanto faz Vê se me deixe em paz De mente cansada, pensamentos na estrada De tanto pensar no conviver Com quem fala demais, e enche demais E nada vai os satisfazer E já não importa mais O que será disso aqui Vamos todos sorrir E esperar a paz Sei que muitos vão dizer A felicidade depende de você Mas será que será mesmo assim Se tudo já é tão efêmero? Afinal, quem controla essa dança da balança Entre o caos e a prisão Entre o pesar e o prazer? Nessa terra de ninguém onde o homem é bufão Cem mangos de nada já é o bastante Cem mangos de nada já é o bastante Sem nada nas mangas E me deixe em paz
4.
Viva em prol de sonhos desmedidos Somos um só neste mundo corrompido Venha, vamos cantar, Não queira escutar Nessa nossa vida de constante incerteza Exigimos todo dia pão e circo em nossa mesa Mas não estamos nem aí. Continuamos a curtir Nesse tempo valioso consumimos desperdício e mantemos estampados com vigor os nossos vícios E queremos tudo de bom. Queremos tudo demais E que nada tente nos fazer mudar Não importa o que isso nos causará E que nada tente nos fazer pensar O óbvio está lá, mas não queremos enxergar Vamos pro rodeio e festa encher a cara de bebida Esquecer os problemas, achar que é uma saída O cérebro atrofiar esta noite eu vou tentar Vendemos nosso senso, vendemos nossa alma Tudo por dinheiro, queremos ela salva Vamos aproveitar o momento enquanto durar E Muitos aceitaram conviver Sem escolhas, sem ao menos entender Liberdade é optar por caminhos que levam ao mesmo lugar Que sempre terá contas a pagar
5.
A cidade onde todos sabem de todos E ninguém conhece ninguém Por aqui nada nunca é novidade E nada muda no ano que vem Bem-vindo ao dia do expurgo Beba, cheire, foda Hoje tudo é permitido Um não-lugar onde não há escrúpulos Hoje o mundo fecha os olhos E você pode fazer o que quiser
6.
Tragédia 03:27
Todo mundo gosta de tragédia Todo mundo ajuda a queimar Todo mundo gosta de tragédia O circo vai começar Venha senhora, vem senhor, por aqui, Exercitar seu fanatismo Ajeite seu lugar e comece a sorrir Ao som de todo esse comício No meio dessa multidão, em vão, Mais uma história pra contar Sou um homem ou um cão? Pois não? Onde eu posso mijar? Todo mundo gosta de tragédia Todo mundo ajuda a queimar Todo mundo gosta de tragédia Venha apreciar E eu não sei dizer por mim, Onde é que a história teve início Os fatos são tão obscuros, enfim, Preencho apenas meu capricho De tanta convenção, oh não, Teimo em acreditar Me dê argumentação, promoção, Que logo eu irei gostar Todo mundo gosta de tragédia Todo mundo ajuda a queimar Todo mundo gosta de tragédia Vamos incendiar E o que fazemos com essa dança Que nós fingimos dançar Se no final todos se cansam Quero saber quem vai limpar Quais são os atores dessa trama? De tanto drama a despertar Não ficará nem na lembrança Pois outra tragédia logo virá Todo mundo gosta de tragédia Todo mundo ajuda a queimar Todo mundo gosta de tragédia O circo vai desmoronar....! Todo mundo gosta de tragédia Todo mundo ajuda a queimar Todo mundo gosta de tragédia Tragédia, Tragédia Tragédia, Tragédia...
7.
Frases 02:47
Beba teus olhos e veja o mar em que te afogas E sinta o silêncio que te devoras Enquanto você fala sem ter o que dizer De todas as coisas que Você espera fazer, Pensar no outro é a que menos importa É mais fácil entrar do que bater à porta Porque o Universo "gira" só pra você Vista minha pele como se veste uma roupa Leia meu pensamento e cague em minha boca Se isso faz o ego se satisfazer De todas as coisas que Eu espero de você, Que você me escute é a que menos importa Afinal não acredito em conversas tortas Que de tanto inferir faz acontecer Sinta minha fé e respire da minha verdade "Nada é tão bom quanto a liberdade" Tudo indica que crer nisso pode tudo resolver De todas as coisas que Deus espera de você, Acreditar Nele é a que menos importa Até porque Ele perdoa e abre as portas Dessa Terra absurda só pra gente viver Frases em vão São mais frases em vão
8.
Morrer sem saber O que a vida poderia lhe trazer Viver sem saber Se tudo que viveu continha um porquê Óculos escuros para esconder o olhar Encarar os fatos é algo difícil de aceitar O tempo passa e o arrependimento não vem Lições vêm para ensinar, mas não aceitamos tão bem Viver ou morrer, Não é tão simples escolher Morrer ou viver, Morreremos sem saber
9.
Ecos 00:51
E ainda dizem Que os lamentos ecoados à distância Permanecem em regozijo No mar negro dos arranha-céus No mar negro dos arranha-céus O-oh! E eu acredito E ainda dizem Que os lamentos ecoados à distância Permanecem em regozijo No mar negro dos arranha-céus No mar negro dos arranha-céus O-oh! Permanecem em regozijo No mar negro dos arranha-céus No mar negro dos arranha-céus
10.
Epílogo 01:27
Nossa subida é árdua e possui uma estrada Que não leva a lugar nenhum Pois no fim não há erros, não há céu não há infernos, Não há mundo algum Cansado de sermões, cansado de canções, Ninguém sabe de nada Nossa liberdade é falsa, nem tudo é uma valsa, Em que acreditar? Nessa vida sem sentido, maldita seja a libido Dê-me razão a minha vazão
11.
Outro dia, outra história para contar De que nada desfruta ao muito escutar Se o que era odiado tende ao rotinário Ser livre é tema para se pensar Crescer se remonta a melhorar Evoluir, progredir e aperfeiçoar Escrever nossos ritos num reles diário Repetir, declamar até enraizar Cerco de ferro feito há muito Quem saberá dizer se há um intuito Se estamos sozinhos num raro aquário Nadar ou boiar é luto fortuito Lugar ocioso no mar não tem vez Deram enredo ao medo e a insensatez Definido está o findo e o necessário A medida da vida boa, e talvez... "Doe sua boa vontade, o seu coração" Mas trabalho altruísta não traz ganha-pão Esqueça o ditado de ser um bom vigário: Infla nosso ego e a autossatisfação E em nossos epitáfios hão de estar Uma frase de base para lamentar A poeira esgueira numa lápide pária De uma vida contida, e uma morte...

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"Causas Vazias" é o álbum de estreia da Reles Córtex, projeto punk rock acústico nacional. Essas primeiras composições relatam histórias, pensamentos e reflexões carregados de crítica, ironia e existencialismo.

Epígrafe: "Se queres enriquecer Pítocles, não lhe acrescentes riquezas: diminui-lhe os desejos" (Epicuro)

Composições - 2015-Jun2018
Gravações - Dez2017-Jun2018

Violão e voz: Matheus Moura
Cajon: Victor Gulfie

credits

released July 7, 2018

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Reles Córtex SP, Brazil

Punk Acústico - DIY
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